SÃO PAULO, SP

Ivan Bernadelli

BAQUIANA N°1 (20 MIN)

16/07 (Belo Horizonte, MG)
06/08 (Rio de Janeiro, RJ)

O bailarino Ivan Bernardelli e o Hamsá trio, coletivo de arte mídia e experimentações audiovisuais, interpretam os três movimentos da Bachiana nº1, de Heitor Vila Lobos. Aqui, o título do trabalho Baquiana n°1 faz uma brincadeira fonética com a palavra, assumindo na forma escrita o modo como a palavra é pronunciada. No primeiro movimento (que Villa-Lobos dá o nome de Introdução: Embolada), o bailarino tenta captar todas as notas e acordes dos oito violoncelos nos movimentos de seu corpo, tal qual numa embolada - poesia musicada que encontra grande virtuose nas composições em versos, refrões e trava-línguas dos emboladores. 

No segundo movimento (prelúdio: modinha), duas criaturas animadas pelo bailarino e inspiradas nas estéticas modernistas dominam a cena para anunciar a metáfora de uma devoração. No terceiro e último movimento (que Villa-Lobos chama de fuga: conversa) o bailarino revela a estratégia de composição de uma fuga: composição musical que usa um tema principal (chamado de sujeito) que é reapresentado várias vezes em novas tonalidades (chamadas de respostas). No entanto, a cada nova reapresentação, os temas já tocados continuam ao longo de toda a música, entrelaçando-se num todo harmônico.  

Classificação: LIVRE

Ficha técnica:
Direção, coreografia e interpretação: Ivan Bernardelli.
Confecção de bonecos: Ivan Bernardelli.
Instalação arte-mídia, iluminação e sonoplastia: Hamsá Trio (Alexandre Villares, Sandra Rocha e André Papi).
Agradecimentos: Mônica Augusto, Denise Namura, Michael Bughdahn, Paula Petreca, todos participantes do "Ciclo de Estudos em dança: modernismo brasileiro e arredores da semana de 22", São Paulo Companhia de Dança, Associação Pró-Dança. 


Ivan Bernardelli investiga as bases técnicas e estruturais das danças desenvolvidas no Brasil ao longo dos séculos em relação aos contextos culturais, sociais e filosóficos em que se desenvolvem, propondo transposições e releituras por meio das estéticas contemporâneas.  É diretor e bailarino da Cia. DUAL. Coreografou ainda espetáculos para a Companhia de Danças de Diadema (SP), Cia. Sansacroma (SP), Coletivo Trippé (PE) e para o Grupo Experimental, de Recife (PE). Como bailarino, integrou os elencos do Balé Folclórico de São Paulo, Companhia de Danças de Diadema, Cia. Siameses e Cie. À Fleur de Peau (França), entre outras.